Pai manda áudio dizendo que mat0u a própria filha, e acaba revelando q… Ver mais

Era para ser apenas mais uma tarde silenciosa em Abelardo Luz, no Oeste catarinense. Mas naquele domingo, 25 de maio, algo sinistro se movia por trás da calmaria rural do assentamento Santa Rosa 1. Quando os primeiros sinais do horror começaram a surgir, já era tarde demais: uma vida havia sido tirada, e o responsável era alguém que jamais deveria ter levantado a mão contra ela.
A vítima? Uma menina de apenas 1 ano e 9 meses.
O algoz? Seu próprio pai.
A brutalidade do crime chocou não apenas os moradores da região, mas repercutiu em todo o estado. Não apenas pela crueldade do ato, mas pela maneira como tudo veio à tona: uma ligação telefônica fria, carregada de um vazio perturbador, selou o destino daquela pequena vida.
A ligação que cortou o silêncio
Na gravação entregue à Polícia Militar, o homem de 41 anos não grita, não chora. Apenas afirma, com a tranquilidade de quem relata um ato comum:
“Já foi… Já está feito.”
Do outro lado da linha, um familiar implora, desesperado, tentando entender, tentando evitar o pior.
Mas não havia mais volta.
“Não tem nem como vocês virem onde eu tô,” diz o pai, como quem avisa algo irrelevante, pouco antes de desligar.
A frieza, aliada ao contexto, deixou os policiais em alerta. Em poucos minutos, o caso já tomava contornos trágicos. E ainda havia a pior parte: encontrar a menina.
Do desaparecimento à confissão
Tudo começou após uma discussão entre o homem e a esposa. Moradores do assentamento disseram ter ouvido gritos. Depois, silêncio. Segundo a polícia, pouco depois das 17h, o homem saiu com a criança nos braços e desapareceu em direção à mata.
O tempo passou.
O sol caiu. A angústia cresceu.
Por horas, familiares, vizinhos e autoridades vasculharam a região, rezando para que aquilo fosse um engano, um susto, talvez uma fuga momentânea. Mas o desfecho foi tão cruel quanto inesperado.
Às 23h, após exaustivas negociações com a PM, o homem finalmente se entregou.
E com ele, veio a verdade que ninguém queria ouvir.
O corpo na mata e a tentativa de fuga da culpa
O assassino levou os policiais até uma área densa, na divisa entre Abelardo Luz e Faxinal dos Guedes. Lá, sob a escuridão da noite e o peso do silêncio, encontraram o corpo da menina.
A cena, segundo os agentes, era de partir o coração. E mais uma vez, ele falou sem emoção.
Disse que tentou tirar a própria vida usando um pedaço da camisa. Uma tentativa falha, assim como todas as promessas implícitas na paternidade. Em seguida, foi algemado, escoltado e transferido para a delegacia de Xanxerê.
A cidade em luto
Abelardo Luz amanheceu mais cinza na segunda-feira. O choro das mães ecoava nas esquinas. Na pequena comunidade do assentamento, o silêncio agora carrega outro peso: o da revolta, da impotência, da dor sem explicação.
Como compreender um pai que tira a vida da própria filha? Que anuncia o ato com a mesma calma de quem informa um atraso? Para muitos, a resposta não virá.
Talvez jamais venha.
O que se sabe sobre o caso até agora:
O crime ocorreu na tarde de 25 de maio, após briga conjugal.
O homem levou a filha até a mata e permaneceu foragido por cerca de 6 horas.
Às 23h, ele aceitou negociar com a PM e se entregou.
O corpo da menina foi localizado com a ajuda do próprio pai, já na madrugada do dia 26.
O assassino está preso preventivamente e responderá por homicídio qualificado.
Justiça e memória
Enquanto o processo judicial corre, a comunidade tenta reerguer-se. Velórios silenciosos se tornaram a única forma de homenagem a uma vida que mal começara. Cartazes com mensagens de indignação surgem nos postes, enquanto campanhas de apoio emocional ganham força entre as mães da região.
Não há resposta fácil, tampouco consolo imediato. Mas há o compromisso de nunca esquecer. De manter viva a memória da pequena que foi silenciada pelo próprio sangue.
E acima de tudo, há uma certeza: justiça precisa ser feita. Por ela. Por todas.
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