Corpo de Luiz de Freitas acaba de ser encontrado, ele é filho da nossa querida C… Ver mais

O dia amanheceu como qualquer outro em São Gonçalo do Amarante, cidade vizinha à capital potiguar. Mas, às margens do Rio Potengi, o cenário tranquilo escondia um desfecho trágico — e ainda sem explicação. O corpo de um jovem de 28 anos, identificado como Rigner Luiz Freitas de França, foi encontrado preso entre galhos e lodo na tarde da última quarta-feira (25).
A vítima não era um desconhecido: Rigner era filho da vereadora Carina Freitas, de Ceará-Mirim, e estava desaparecido desde o dia anterior.
O caso, desde então, envolve uma mistura de mistério, silêncio e mais perguntas do que respostas.
Um desaparecimento que virou notícia
Tudo começou na terça-feira (24), por volta das 16h, quando Rigner saiu de casa com um objetivo rotineiro: realizar um reparo no sistema de Gás Natural Veicular (GNV) do seu carro, um Chevrolet Prisma.
Parecia algo simples. Não havia sinal de risco, nem mensagens que indicassem angústia ou urgência. Mas as horas passaram — e ele não voltou.
A família logo percebeu que havia algo errado. O tempo, que para quem espera costuma andar mais devagar, se arrastava em meio à angústia.
Um boletim de ocorrência foi registrado ainda naquela noite, e a polícia começou as buscas.
Na tarde do dia seguinte, uma denúncia anônima indicou uma possível troca de tiros na região de Santo Antônio do Potengi. A princípio, o alerta parecia não ter relação com o desaparecimento, mas o que os investigadores encontraram ao chegarem ao local mudou o rumo da investigação.
O carro e o silêncio da margem
Em um barranco próximo ao rio, o carro de Rigner foi localizado: airbags acionados, parte dianteira danificada, marcas que indicavam uma colisão. Um detalhe chamou a atenção: o carro estava em um local de difícil acesso, como se tivesse saído da pista ou sido jogado ali.
Mas o que mais intrigava era a ausência de sangue, tiros, ou qualquer evidência clara de violência no veículo.
Nenhum sinal de luta. Nenhuma testemunha. A única coisa que havia ali era um vazio desconcertante.
Foi quando o odor da água indicou algo mais grave. Equipes do Corpo de Bombeiros começaram a vasculhar o entorno e, minutos depois, o corpo de Rigner foi avistado.
Estava preso entre galhos, próximo à margem, parcialmente submerso.
Uma morte sem marca, mas com mistério
Peritos do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) realizaram os primeiros exames no local. Não havia perfurações aparentes no corpo. Nenhum sinal visível de agressão externa. O laudo preliminar apontava sinais compatíveis com afogamento
. Mas, ainda assim, nada foi descartado.
A ausência de ferimentos graves não elimina possibilidades mais sombrias. A polícia trabalha com várias hipóteses: desde acidente até envolvimento em crime, sequestro ou até mesmo homicídio com simulação. Os celulares de Rigner foram apreendidos para análise, e o carro passou por coleta de digitais.
O peso do silêncio
A mãe, vereadora Carina Freitas, ainda não se manifestou publicamente. Amigos próximos relatam que ela está em estado de choque. Rigner era descrito como um jovem tranquilo, discreto, de poucos conflitos.
Não havia antecedentes, nem histórico de envolvimento com atividades ilícitas. Justamente por isso, o caso causa ainda mais estranheza.
Por que um jovem como ele terminaria morto, sozinho, dentro de um rio? Teria perdido o controle do carro e caído acidentalmente? Ou alguém teria planejado tudo, deixando o mínimo de rastros possível?
Enquanto os laudos definitivos não chegam, São Gonçalo do Amarante vive dias de tensão.
A comunidade, que se habituou ao ritmo pacato das cidades vizinhas a Natal, agora se vê mergulhada em um enigma doloroso.
A investigação continua
O delegado responsável pelo caso confirmou que todos os elementos encontrados até agora estão sendo cuidadosamente analisados. A hipótese de afogamento acidental, apesar de ser considerada, não é a única linha de investigação.
A polícia também tenta reconstituir os últimos passos de Rigner: com quem ele falou? Onde exatamente pretendia fazer o reparo do GNV? Havia alguém esperando por ele? Ou ele foi interceptado?
O conteúdo dos celulares pode ser decisivo para montar esse quebra-cabeça.
Além disso, câmeras de segurança da região estão sendo analisadas em busca de registros da movimentação do carro, e possíveis testemunhas ainda estão sendo ouvidas.
Um luto sem explicações
Enquanto isso, uma mãe chora em silêncio, uma cidade assiste perplexa e um corpo jaz com mais perguntas do que respostas. O Rio Potengi, que corta o coração do estado, agora guarda em suas águas uma história que precisa ser contada — e explicada.
Porque em São Gonçalo do Amarante, o que parecia apenas mais um dia comum, se tornou palco de um mistério que ainda está longe do fim.