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Comunicamos a morte da querida advogada Eduarda, esposa do Bru… Ver mais

No início, tudo parecia mais um tranquilo passeio à beira-mar, daqueles típicos de um fim de semana ensolarado no litoral pernambucano. Mas, poucas horas depois de embarcarem, a calmaria se transformaria em desespero — e uma história de amor daria lugar a um drama cercado de mistérios, correntes traiçoeiras e perguntas sem resposta.

Na manhã da última terça-feira (24), o corpo da advogada Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, de 38 anos, foi finalmente localizado após quatro dias de buscas incessantes realizadas pela Marinha e pelo Corpo de Bombeiros.

Ela havia desaparecido no mar, ao lado de sua cadela de estimação, Belinha, após o naufrágio de uma lancha na região de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife.

O início de uma história que parecia perfeita

Segundo familiares, Maria Eduarda e seu noivo, o médico urologista Serafico Pereira Cabral Junior, de 55 anos, estavam acostumados a navegar pelas águas da região.

O casal havia saído da praia de Muro Alto, onde o médico mantém um flat, para mais um passeio de rotina. Mas dessa vez, a maré guardava outros planos.

De acordo com relatos da família, o mar começou a mudar de humor pouco depois da partida.

Uma correnteza inesperada teria arrastado a embarcação em direção à área de Suape. Apesar das tentativas de manobra, o barco colidiu violentamente com uma pedra e virou, afundando em seguida.

Sobrevivência à deriva

Serafico, o único sobrevivente, conseguiu nadar por cerca de três horas até a costa, onde foi resgatado com escoriações e ferimentos nos pés. O médico foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ipojuca e, ainda em estado de choque, relatou que permaneceu por um bom tempo ao lado da noiva e da cadela no mar.

Mas o que aconteceu depois ainda não está claro. Segundo o próprio Serafico contou aos familiares, uma forte onda teria separado os três já perto da costa. Foi o último momento em que ele viu Maria Eduarda e Belinha.

Quatro dias, um corpo e o silêncio do mar

As buscas começaram imediatamente após o resgate do médico, mobilizando embarcações da Marinha, equipes de mergulho, helicópteros e drones.

O ponto do acidente, localizado numa região de mar agitado e cheia de formações rochosas, tornou o trabalho das equipes ainda mais desafiador.

Na manhã de terça-feira, por volta das 8h, a resposta veio em forma de luto.

O corpo de Maria Eduarda foi encontrado na parte rasa do mar de Calhetas, a poucos quilômetros de onde o barco havia afundado. Ela estava sozinha. Belinha, sua fiel companheira, permanece desaparecida.

Um romance interrompido

Segundo a prima da vítima, Tássia Medeiros, o casal estava em um momento especial. Serafico havia pedido Maria Eduarda em casamento pouco antes do acidente.

Era para ser um dia memorável — e, de certa forma, foi. Mas não como eles imaginaram.

Maria Eduarda era uma profissional respeitada no meio jurídico e bastante querida por amigos e colegas. Inteligente, carismática e amante da natureza, ela cultivava o hábito de viajar nos fins de semana e levava Belinha para quase todos os lugares. A perda repentina causou comoção nas redes sociais e deixou amigos atônitos.

O velório e a cremação da advogada ocorreram ainda na noite de terça-feira (24), no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, sob forte comoção.

Investigação e perguntas no ar

Apesar do resgate do corpo e do depoimento do sobrevivente, a Polícia Civil ainda investiga as causas exatas do acidente.

Especialistas em navegação alertam para os riscos da região onde o barco afundou, uma área conhecida por fortes correntes e bancos de pedras submersos — um verdadeiro labirinto aquático para quem não conhece bem o trajeto.

A embarcação, até o momento, não foi recuperada. E o desaparecimento da cadela Belinha continua sendo um ponto sensível da história. Para muitos, a ausência do animal torna o drama ainda mais triste — e simbólico.

Um mar de incertezas

O caso de Maria Eduarda é mais do que uma tragédia isolada. É um lembrete brutal da força incontrolável da natureza, da fragilidade dos planos humanos e do quão repentino o destino pode se transformar.

Enquanto a família busca consolo e a polícia tenta entender o que de fato aconteceu naquele fim de tarde, o mar de Suape segue guardando segredos em suas profundezas.

E, para quem acompanhou cada dia de buscas, uma pergunta ainda ecoa com força: o que realmente aconteceu no último passeio de Maria Eduarda?

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