MAIS UM ATENTADO EM ESCOLA? Dessa vez o professor, ele acabou sendo p… Ver mais

O que deveria ser uma terça-feira comum em uma escola de Ilhota, no Vale do Itajaí (SC), tornou-se um dia de tensão, medo e incertezas. Pais, alunos e funcionários viveram horas de apreensão após a revelação de uma ameaça chocante: um professor da instituição enviou um áudio ao diretor afirmando que pretendia “pegar um revólver, entrar na sala de aula e matar todo mundo”.
O conteúdo, que parece saído de um roteiro de suspense, rapidamente mobilizou autoridades locais. Mas, por trás da fala desesperadora, havia algo ainda mais profundo – e perigoso.
A ameaça, feita na noite de terça-feira, 17 de junho, disparou um alerta máximo no setor de segurança pública e na comunidade escolar.
Em poucas horas, o Setor de Investigação da Polícia Civil de Santa Catarina reuniu provas suficientes para pedir a prisão preventiva do professor. O mandado foi cumprido já na manhã seguinte, 18 de junho, com o suspeito sendo localizado no bairro Velha, em Blumenau.
O professor, de 59 anos, já era alvo de investigações desde março.
A apuração começou após uma aluna denunciar o educador por importunação sexual. Apesar do andamento silencioso do inquérito, o caso ganhou contornos explosivos com a recente ameaça – que não apenas revelou um possível risco iminente, mas também indicou um estado emocional profundamente instável do acusado.
Segundo o delegado Filipe Martins, responsável pelo caso, a mensagem de áudio causou preocupação imediata: “As declarações apresentavam indícios de comportamento hostil, pensamento suicida e intenção de violência em massa. Era imprescindível uma ação rápida para proteger a comunidade escolar.
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Uma bomba-relógio prestes a explodir
Fontes próximas à investigação relataram que o professor já vinha apresentando comportamentos erráticos nos últimos meses. Colegas de trabalho perceberam mudanças no temperamento e falas desconexas, mas nada parecia apontar para um desfecho tão ameaçador.
“A escola é um espaço de confiança, e jamais imaginamos que algo assim pudesse estar se desenrolando ali dentro”, disse uma funcionária da unidade, que preferiu não se identificar.
O áudio enviado ao diretor, no entanto, mudou completamente o rumo da situação. A gravação, considerada uma prova-chave, detalha não apenas o plano de violência, mas também sentimentos de frustração, raiva e descontrole emocional.
O conteúdo foi imediatamente repassado às autoridades, o que agilizou a operação de prisão e evitou um possível desfecho trágico.
Intervenção rápida evita o pior
O pedido de prisão foi encaminhado pela Polícia Civil ao Ministério Público, que rapidamente validou a ação. A Justiça autorizou não apenas a detenção preventiva como também buscas na residência do suspeito.
Durante a operação, foram apreendidos materiais eletrônicos que agora passam por análise pericial, em busca de outras provas ou possíveis alvos das ameaças.
O professor foi conduzido ao presídio regional e seguirá preso enquanto o inquérito avança. A polícia agora trabalha para entender se houve outras vítimas e até que ponto o acusado chegou a planejar um ato violento.
Para os pais dos alunos, a sensação é de alívio, mas também de alerta. “Meu filho estuda lá. Quando ouvi o que tinha acontecido, meu coração disparou. A gente entrega nossos filhos confiando na escola, nunca esperamos uma coisa dessas”, contou a mãe de um estudante do ensino fundamental.
Reflexão urgente: quem cuida de quem ensina?
Além do impacto imediato, o caso abre um debate crucial: como as escolas estão monitorando o estado emocional e psicológico dos seus profissionais?
A exaustão mental, o isolamento e a pressão cotidiana são fatores cada vez mais presentes no ambiente educacional.
Especialistas apontam que, sem apoio adequado, esses elementos podem resultar em comportamentos extremos — como o observado nesse episódio.
“Precisamos de protocolos mais eficientes e de canais de escuta ativa nas escolas. Não é apenas sobre punir, mas sobre prevenir”, afirma uma psicóloga educacional consultada pela reportagem.
Enquanto isso, a escola onde tudo aconteceu tenta retomar a rotina, com apoio psicológico oferecido a alunos e professores e medidas extras de segurança.
O silêncio antes do estouro
O que torna esse caso ainda mais inquietante é o fato de que os sinais estavam lá — ainda que discretos.
Um comentário atravessado aqui, um comportamento estranho ali. A pergunta que fica no ar: quantas outras ameaças estão sendo abafadas antes de explodirem?
Este episódio serve como um lembrete doloroso de que a prevenção é sempre o melhor caminho. Porque, infelizmente, o perigo nem sempre vem de fora.
Às vezes, ele está sentado atrás da mesa do professor.