Noticia

MEU DEUS: Jovem m0rre ao fazer algo que todos nos fazemos, cuid… Ver mais

Na tarde de uma sexta-feira ensolarada, o que parecia ser apenas mais um dia tranquilo no Litoral Norte de Santa Catarina foi abruptamente interrompido por uma tragédia que silenciou uma rua inteira. Em poucos segundos, uma vida se foi — e uma cidade ficou em choque.

Era 13 de junho. A adolescente, de apenas 15 anos, cruzava a Rua Timóteo Perfeito Flores, no bairro Gravatá, em Penha, pilotando sua bicicleta elétrica como fazia em outras tardes. Ninguém esperava que aquela pedalada seria sua última.

Mas algo deu errado. Muito errado.

Câmeras de segurança instaladas nas proximidades capturaram o momento exato em que o drama se desenrola. As imagens, que chocaram até os socorristas mais experientes, mostram a jovem circulando pela via em velocidade moderada. Quando tenta frear, perde o controle da bicicleta, desequilibra-se e cai no asfalto.

Tudo isso acontece em segundos. Mas são segundos fatais.

Enquanto ainda está no chão, tentando se levantar, uma van surge. O motorista, sem tempo de frear, atinge a jovem em cheio. A colisão é brutal. O corpo da menina é arrastado por vários metros. Vizinhos correm. Gritos ecoam. E a esperança se desfaz tão rápido quanto a vida que ali se perdeu.

Apesar da chegada imediata de socorristas dos Bombeiros Militares e da Polícia Militar, já era tarde. Os ferimentos múltiplos não deixaram chances. A adolescente morreu ali mesmo, diante de testemunhas em estado de choque.

O motorista da van, segundo informou a PM, permaneceu no local, colaborou com os agentes e foi levado à delegacia para prestar depoimento.

Não apresentava sinais de embriaguez e seguia dentro de sua faixa de rodagem. A bicicleta elétrica, bastante danificada, foi recolhida para perícia.


O avanço silencioso e perigoso

O episódio, embora devastador, não é um caso isolado. Pelo contrário: acende um alerta vermelho sobre um fenômeno crescente nas cidades brasileiras — o uso desenfreado de bicicletas elétricas, principalmente por adolescentes, sem qualquer preparação, proteção ou regulamentação clara.

A facilidade de acesso, aliada à sensação de liberdade e à velocidade que esses veículos proporcionam, cria um terreno fértil para acidentes. Muitos jovens pilotam sem capacete, sem conhecer regras básicas de trânsito e, pior ainda, sem perceber os riscos reais envolvidos.

“Há uma falsa impressão de segurança.

Como não é uma motocicleta e parece uma bicicleta comum, os usuários se sentem invulneráveis. Mas esses veículos atingem velocidades consideráveis e exigem habilidade para frear e controlar. É preciso mais responsabilidade, tanto dos pais quanto das autoridades”, afirma o especialista em mobilidade urbana, Roberto Amaral.

Dor, revolta e uma pergunta: até quando?

A tragédia de Penha repercutiu fortemente nas redes sociais e na comunidade local. Amigos e familiares prestaram homenagens emocionadas à adolescente. Velas foram acesas na calçada da rua onde tudo aconteceu. Mensagens deixadas em flores demonstram o vazio irreparável deixado por uma morte tão precoce.

“Ela era cheia de vida, sorridente, sonhava em ser designer. Estava descobrindo o mundo”, contou uma prima, entre lágrimas.

Moradores do bairro Gravatá agora cobram mais fiscalização, lombadas, campanhas educativas e, sobretudo, regulamentação. “Não podemos esperar por mais tragédias.

Essa dor não pode ser em vão”, disse um vizinho, visivelmente abalado.


O que precisa mudar?

A morte da adolescente traz à tona a urgência de discutir a segurança no uso de bicicletas elétricas. Diferente das bikes tradicionais, esses modelos oferecem motorização capaz de atingir velocidades superiores a 25 km/h.

O problema? Muitos usuários — especialmente menores de idade — não têm qualquer tipo de treinamento para lidar com emergências, freadas bruscas ou equilíbrio em curvas.

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já discute há algum tempo a necessidade de novas regras, como uso obrigatório de capacete, proibição para menores de idade e até mesmo registro dos veículos.

Mas enquanto isso não vira lei, a vulnerabilidade continua.


Uma tragédia que precisa ecoar

A morte da jovem de Penha é mais que um acidente isolado. É um símbolo cruel de como a modernidade, sem preparo e consciência, pode se tornar fatal. Ela poderia ser sua filha, sua irmã, sua amiga.

Uma curva, um freio mal calculado e uma chance perdida de crescer.

Que esse silêncio repentino na Rua Timóteo Perfeito Flores sirva de alerta — e não apenas de lamento.

Porque nenhuma liberdade vale uma vida.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *