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A população do município catarinense amanheceu em estado de alerta depois que, na noite de sábado (17 de maio), um crime de contornos brutais foi descoberto numa estrada de terra entre os bairros Timbezinho e Fernandes, zona rural de difícil acesso. Por volta das 21h30, moradores relataram ter ouvido gritos de socorro seguidos de uma explosão.
Quando saíram para averiguar, depararam‑se com um Corsa Classic, emplacado em Florianópolis, tomado pelas chamas.
Acionados, bombeiros militares de São João Batista chegaram rapidamente e controlaram o incêndio, mas o que encontraram em seguida transformou a ocorrência em um dos episódios mais chocantes já registrados na região: quatro corpos, completamente carbonizados, estavam dentro do veículo.
Três vítimas haviam sido colocadas no porta‑malas; a quarta ocupava o banco traseiro. Perto do automóvel, peritos localizaram um galão contendo resquícios de gasolina, indício de que o incêndio foi provocado de forma deliberada — reforçando a hipótese de execução premeditada.
Enquanto equipes do Corpo de Bombeiros garantiam a segurança do perímetro, investigadores da Delegacia de Polícia Civil de São João Batista iniciavam os primeiros levantamentos.
A área não dispõe de câmeras de monitoramento e fica afastada de residências, condição que dificulta a coleta de testemunhos e o rastreamento de possíveis rotas de fuga. Ainda assim, os agentes trabalham com a possibilidade de conexão entre o ocorrido e uma chamada registrada 40 minutos antes, relatando o sequestro de quatro pessoas nos arredores.
A Polícia Científica de Santa Catarina permaneceu no local durante toda a madrugada de domingo, mapeando vestígios e recolhendo material biológico para tentar identificar as vítimas, processo que deve contar com a comparação de perfis genéticos em banco de dados. Até a conclusão desta edição, os nomes não haviam sido divulgados.
O delegado responsável, Paulo Sérgio da Silva, classificou o caso como “homicídio doloso qualificado, com fortes indícios de grupo criminoso”. Segundo ele, a disposição dos corpos e o uso de acelerante sugerem “planejamento cuidadoso e brutalidade extrema”. Ele confirmou que nenhuma prisão foi efetuada, mas disse que a investigação já trabalha com “linhas consistentes” ligadas a acerto de contas.
“O modo de agir aponta para execução típica de facções que disputam território ou cobram dívidas”, afirmou.
A repercussão foi imediata. Moradores da cidade — que conta com cerca de 40 mil habitantes — lotaram redes sociais exigindo reforço policial. “Nunca vimos algo assim aqui”, comentou a comerciante Maria Helena Souza, 52.
Já o presidente da Associação de Moradores do Fernandes, João Carlos Pacheco, pediu instalação urgente de câmeras nas vias rurais.
Em nota, a Prefeitura de São João Batista lamentou o ocorrido, solidarizou‑se com as famílias e colocou a estrutura municipal de assistência social à disposição.
O governo estadual informou que a Polícia Militar aumentará o patrulhamento ostensivo na região e que equipes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) darão apoio às diligências.
Enquanto peritos analisam fragmentos de tecido e eventuais projéteis recuperados no carro, a cidade tenta lidar com o medo e o mistério que pairam sobre aquele trecho ermo do Vale do Rio Tijucas.
As autoridades pedem que qualquer pessoa com informação — mesmo anônima — procure a Delegacia ou ligue para o Disque‑Denúncia (181). Até que respostas surjam, quatro vidas permanecem sem nome, e a comunidade, sem sossego, aguardando justiça.