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Marieta Severo fala pela 1ª vez sobre luta contra o câncer

Marieta Severo faz sua primeira declaração sobre o câncer: “Foi necessário remover o útero”. A renomada atriz de 76 anos compartilhou pela primeira vez sua experiência e revelou que identificou um câncer no endométrio em estágio inicial.

Aos 76 anos, Marieta Severo compartilhou pela primeira vez sua batalha contra o câncer no endométrio. A talentosa atriz revelou que enfrentou essa condição, mas devido à detecção precoce, evitou a necessidade de quimioterapia, embora tenha passado por procedimentos cirúrgicos.

“Embora nunca tenha abordado isso publicamente antes, enfrentei o câncer no endométrio. Fui submetida à remoção do útero e dos ovários. Afortunadamente, detectei-o em estágio inicial, o que eliminou a necessidade de quimioterapia”, compartilhou durante uma entrevista ao jornal O Globo.

Marieta Severo assumiu o papel de madrinha na campanha “Setembro em Flor” promovida pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), com o propósito de promover a conscientização sobre esse tema importante. Ela enfatizou a necessidade de utilizar sua influência para abordar questões essenciais, incluindo sua própria saúde e a de outras pessoas, especialmente após um período de negação em que as taxas de vacinação diminuíram, conforme indicam estudos.

Essa condição afeta o endométrio, o tecido que reveste o útero, e é considerada uma das formas mais letais de câncer em mulheres globalmente. Em 2022, de acordo com estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registrou 7,8 mil casos e quase duas mil mortes relacionadas a essa doença.

O câncer endometrial é mais comum entre mulheres, principalmente após a menopausa, geralmente ocorrendo em indivíduos com mais de 50 anos. Ele representa uma das formas de câncer do útero, que engloba também os tumores menos frequentes que afetam a musculatura uterina externa.

Aderbal Freire Filho, renomado diretor de teatro e esposo de Marieta Severo, faleceu em 9 de agosto aos 82 anos. A atriz compartilhou como enfrentou o momento após ter sofrido um AVC hemorrágico em 2019, durante uma entrevista ao UOL.

“Foi uma experiência além do sofrimento; foi verdadeiramente inacreditável”, ela relatou. “Isso trouxe uma profunda consciência da fragilidade da vida, algo que, embora conheçamos teoricamente, muda tudo quando se manifesta. Na época, estávamos em Nogueira, na região de Petrópolis, Rio de Janeiro, com minhas netas devido à pandemia. Ele partiu para o Rio para resolver uma questão fiscal e planejava voltar no dia seguinte. Conversamos três vezes depois que ele saiu”, acrescentou Marieta Severo.

Mantendo sua discrição na esfera pessoal, a artista recordou que o dramaturgo estava sob tratamento desde então, porém, não teve uma recuperação satisfatória. Ela compartilhou: “Em casa, estabeleci praticamente um mini-hospital, com sessões de fisioterapia e fonoterapia. No entanto, ele perdeu a autonomia, o que é extremamente angustiante.”

Marieta Severo prosseguiu detalhando o desafio de enfrentar as sequelas que a doença impôs ao marido, que passou mais de 70 dias hospitalizado. “É doloroso ver alguém que era intelectualmente ativo agora enfrentando tantas limitações. É a minha maior dor diária”, enfatizou.

Aderbal Freire Filho iniciou sua jornada no teatro como membro de grupos amadores na década de 50. Sua estreia como ator aconteceu em “Diário de Um Louco”, uma peça cujo cenário se desdobrava dentro de um ônibus pelas ruas do Rio de Janeiro. Em 1972, ele dirigiu sua primeira peça, intitulada “O Cordão Umbilical”. Seu primeiro grande sucesso profissional veio no ano seguinte com o monólogo “Apareceu a Margarida”, estrelado por Marília Pêra. Aderbal e Marieta compartilharam suas vidas por quase 23 anos.

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