Após um mês desaparecida, Aline Cristina é encontrada m0rta embaixo d…Ver mais

Casos de violência que permanecem ocultos por longos períodos desafiam diariamente o trabalho das autoridades, exigindo paciência, cruzamento de dados e um olhar atento a cada detalhe. Foi o que ocorreu em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde a Polícia Civil encontrou, na segunda-feira, 8 de setembro, o corpo de Aline Cristina de Lira, de 34 anos, desaparecida desde 8 de agosto.
O desfecho trágico interrompeu as esperanças da família, que aguardava notícias desde que perdeu contato com a jovem.
No dia em que desapareceu, Aline deixou seu apartamento, localizado na Zona Leste da capital paulista, seguiu para Santo André, onde trabalhava em uma casa de massagens, e posteriormente acionou um carro por aplicativo para se deslocar até uma residência em São Bernardo do Campo.
Câmeras de segurança registraram a jovem entrando no veículo, aparentemente tranquila, enquanto falava ao telefone negociando valores de programa. Aline atuava como garota de programa havia mais de dez anos e, segundo familiares, já conhecia o homem que seria seu último cliente naquela noite.
Depois disso, não fez mais contato com parentes, que, preocupados, registraram um boletim de ocorrência três dias após o desaparecimento.
As investigações avançaram até que os policiais chegaram a um imóvel situado na Rua Pedro Setti, em São Bernardo. A casa já estava vazia, mas um detalhe chamou a atenção dos agentes: havia um piso de cimento fresco debaixo da cama.
Equipes da prefeitura foram acionadas para auxiliar na escavação, e ali foi encontrado o corpo de Aline, já em avançado estado de decomposição.
O caso foi registrado como homicídio e ocultação de cadáver. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames necroscópicos para identificar a causa da morte e reunir elementos que possam confirmar a autoria do crime.
O principal suspeito é o morador da residência, identificado como um pedreiro. De acordo com vizinhos, ele deixou o local pouco depois do desaparecimento de Aline carregando uma bolsa de grandes proporções e nunca mais retornou. A polícia informou que o homem possui antecedentes criminais, incluindo passagens por roubo e por agressão contra a ex-esposa.
A Justiça deve avaliar o pedido de prisão temporária, solicitado pelos investigadores.
Para os familiares, a dor é ainda maior porque Aline já havia se relacionado com o suspeito em outras ocasiões. Pessoas próximas confirmaram que a jovem costumava atender clientes fixos e que, por isso, não demonstrava receio de encontrá-lo.
Os investigadores agora tentam esclarecer se houve premeditação, vingança ou outro tipo de motivação para o crime, além de identificar o método utilizado para matá-la.
A tragédia reacende debates sobre a vulnerabilidade enfrentada por mulheres em situação de risco, especialmente aquelas que atuam em contextos de prostituição.
Muitas vezes expostas à violência, elas ficam à mercê de clientes e desconhecidos em encontros que podem se tornar letais. O caso de Aline reforça a urgência de medidas mais eficazes de proteção e investigação para que crimes desse tipo não permaneçam invisíveis por tanto tempo.