Testemunha deixa todos em choque ao falar sobre queda de balão. ‘Estavam todos q’… Ver mais

Por pouco, não foi o fim de todos. A manhã, que começou com céu limpo e promessas de aventura, terminou em chamas, gritos e um cenário de puro desespero sobre os céus de Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. O que deveria ser uma experiência memorável, a bordo de um balão de ar quente com 22 pessoas, acabou virando um dos episódios mais trágicos da história recente do turismo no estado.
Por volta das 7h da manhã, o balão começou a subir — uma cena digna de cartões-postais: colorido, majestoso, elevado por correntes de ar sob a paisagem exuberante da região de cânions. Mas o que se seguiu nas próximas dezenas de minutos foi algo que ninguém poderia prever.
.. nem esquecer.
Fogo no céu
Testemunhas no bairro Cachoeirinha de Fátima relatam o que só pode ser descrito como um pesadelo. Em meio ao silêncio da manhã, ouviu-se um barulho estranho, seguido por gritos cortando o ar. Moradores relataram que o balão começou a perder altitude rapidamente.
Poucos segundos depois, as chamas já consumiam a parte inferior da estrutura.
“Foi como assistir a uma cena de filme de terror… mas ao vivo. Tinha gente pulando lá de cima”, disse um morador, visivelmente abalado.
A luta pela vida em pleno ar
Num áudio divulgado em grupos de mensagens — já em posse das autoridades — uma das testemunhas descreve o momento como um “milagre em meio ao inferno”.
A pessoa, que preferiu não se identificar, conta que viu duas pessoas se jogando do balão, ainda a uma altura considerável, numa tentativa desesperada de escapar das chamas.
“Pensei: eles vão morrer, não tem como sobreviver a uma queda daquelas. Mas… sobreviveram. É inacreditável”, disse.
As duas pessoas foram resgatadas com vida por equipes de resgate. Elas estão sob cuidados médicos e, segundo informações preliminares, uma delas já está consciente e prestou depoimento.
A confirmação do horror
Desde as primeiras horas da tragédia, o Jornal Razão acompanhou o caso em tempo real.
No início da tarde, veio a confirmação do governador Jorginho Mello: oito pessoas morreram no acidente. O número pode aumentar, já que buscas continuam sendo feitas na área de mata próxima à região onde o balão caiu.
“É uma das maiores tragédias aéreas da nossa história recente”,
disse o governador em pronunciamento breve. “Estamos dando total apoio às famílias e mobilizando todas as forças de segurança e resgate.”
O campo de guerra no solo
A cena no bairro Cachoeirinha de Fátima é de comoção. As ruas estreitas deram lugar a ambulâncias, carros da Polícia Científica, viaturas da Polícia Civil e caminhões do Corpo de Bombeiros.
O helicóptero Arcanjo, da Secretaria de Saúde, foi acionado para sobrevoar a região e facilitar a localização de vítimas.
Até o momento, nenhuma das identidades das vítimas foi oficialmente confirmada. O Instituto Geral de Perícias (IGP) trabalha na identificação por impressões digitais e exames de DNA, já que algumas das vítimas sofreram carbonização.
Perguntas sem resposta
O que causou o incêndio ainda é um mistério. Especialistas em balonismo afirmam que acidentes envolvendo balões de ar quente são extremamente raros — especialmente no Brasil, onde o setor é rigidamente regulado.
Uma das hipóteses levantadas é de que o vazamento de gás tenha provocado uma explosão repentina.
No entanto, essa possibilidade ainda não foi confirmada pelas autoridades. A aeronave estava com a documentação em dia, segundo a empresa responsável, que ainda não se manifestou publicamente.
A cidade em luto
Em meio ao cheiro de fumaça e o barulho de helicópteros, o silêncio das famílias é ensurdecedor.
Velas acesas nas janelas, pessoas rezando nas calçadas. Praia Grande, conhecida como “a capital dos cânions”, amanheceu em festa e terminou em luto.
“Era aniversário do meu irmão. Ele ganhou o passeio de presente. Era para ser o dia mais feliz da vida dele… e foi o último”, disse uma mulher aos prantos, abraçada a familiares na entrada do hospital.
Sobreviventes ou salvos?
Os dois sobreviventes estão sendo tratados como peças-chave na investigação. O que viram? O que ouviram? Houve algum alerta de emergência antes do fogo? As respostas ainda virão, mas uma coisa é certa: foram salvos por um milagre — ou por puro instinto de sobrevivência.
Enquanto isso, Santa Catarina assiste, perplexa, ao desdobramento dessa tragédia que promete marcar para sempre o turismo de aventura no estado.





