Um crime brutal chocou a cidade de Caldas Novas (GO) na última quinta-feira (3/7), quando um homem de 24 anos foi preso em flagrante após assassinar a ex-companheira, também de 24 anos, com 51 facadas. O feminicídio teria sido motivado pelo fato de o agressor não aceitar o fim do relacionamento.
Segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO), ele ainda alegou que havia descoberto que a vítima teria se envolvido com outra pessoa antes da separação.
As investigações indicam que o crime foi premeditado. Imagens de câmeras de segurança do prédio onde ambos residiam registraram os momentos que antecederam o assassinato.
Por volta das 17h25, o suspeito foi visto saindo do local com a ex-companheira e a filha do casal. Menos de 40 minutos depois, às 18h04, o casal retornou sozinho ao apartamento, sem a criança.
A sequência de registros é estarrecedora. Cerca de dez minutos após o retorno ao imóvel, às 18h14, o homem apareceu deixando o apartamento sozinho, carregando algo nas mãos.
Pouco depois, às 18h19, entrou no elevador, pressionou o botão para outro andar e, com aparência tranquila, encostou-se à parede do elevador, cruzando as pernas enquanto aguardava a descida.
O comportamento frio e calculado registrado nas imagens contrasta com a brutalidade do crime.
A equipe da Central de Flagrantes foi acionada após a confissão do autor à própria família. De acordo com a polícia, ele procurou o pai após cometer o assassinato e relatou o que havia feito, dizendo ainda que pretendia matar o suposto novo companheiro da ex. Diante da confissão, o pai o levou imediatamente à delegacia, onde ele foi detido e entregue às autoridades.
No apartamento, os policiais encontraram o corpo da vítima com 51 perfurações por faca distribuídas em várias partes do corpo, evidenciando o grau extremo de violência empregado. A cena do crime causou forte comoção entre os profissionais que atenderam a ocorrência.
A Polícia Civil trata o caso como feminicídio qualificado, dada a natureza do crime, a premeditação e o vínculo entre autor e vítima.
O acusado permanece sob custódia e deve responder por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, meio cruel e feminicídio. Ele também poderá ser investigado por ameaça ou tentativa de homicídio contra o homem com quem acreditava que a vítima mantinha um relacionamento.
Casos como esse escancaram a persistente realidade do feminicídio no Brasil e reacendem o debate sobre a necessidade de fortalecer políticas públicas de proteção às mulheres. O crime também reforça a urgência de denunciar sinais de controle, ciúme excessivo e violência doméstica, antes que situações de risco se agravem e terminem de forma trágica.
A identidade da vítima não foi divulgada oficialmente até o momento. O caso segue sob investigação.
