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Essas sãos as vítimas fatais que morreram em balão, entre eles esta o querido Pe… Ver mais

Por trás da paisagem paradisíaca do Sul de Santa Catarina, um passeio de balão terminou em horror. Uma manhã que prometia ser inesquecível se transformou em uma das maiores tragédias aéreas da região. O que aconteceu no céu de Praia Grande naquele sábado fatídico?

O que começou como uma celebração da beleza natural e do espírito de aventura acabou mergulhado em fumaça, fogo e desespero. Na manhã do último sábado, 21 de junho, um balão de ar quente, com 21 pessoas a bordo, caiu em meio às montanhas e vales de Praia Grande, no Sul de Santa Catarina.

O motivo? Um incêndio em pleno voo, que ainda intriga autoridades e especialistas. O saldo: oito mortos, dezenas de feridos, e uma comunidade inteira em choque.

Eram pouco mais de 6h da manhã quando o balão decolou, sob o céu azul de um inverno calmo. Os passageiros, muitos em busca de uma experiência única sobre os famosos Canyons do Sul, tinham em mente registros de paisagens e memórias para a vida inteira.

Mas o que se desenrolou a centenas de metros de altura foi uma corrida desesperada contra o tempo — e contra as chamas.

Testemunhas disseram ter visto o balão flutuando em círculos antes de despencar. O fogo, segundo as investigações preliminares, teria começado na base do cesto, onde estava instalado um botijão de gás reserva.

O delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, confirmou que o piloto ainda tentou conter as chamas com um extintor, mas a reação foi rápida demais. Em questão de minutos, o controle foi perdido.

Enquanto a estrutura era consumida pelo fogo, parte dos passageiros tentou o impensável: pular.

Uma das vítimas foi encontrada a cerca de 500 metros do local da queda principal. A distância evidencia a brutalidade da tentativa de sobrevivência. “Foi o desespero que falou mais alto. Eles sabiam que tinham pouco tempo”, relatou um dos bombeiros que atuou no resgate.

Quatro vítimas morreram dentro do cesto, carbonizadas.

Outras quatro faleceram após saltarem em queda livre. As 13 pessoas que sobreviveram foram localizadas em meio à vegetação, muitas em estado de choque. Helicópteros, ambulâncias e mais de 90 profissionais foram mobilizados no socorro. O apoio veio até de cidades vizinhas, como Torres (RS) e Cambará do Sul.

Cinco dos sobreviventes já receberam alta, enquanto os demais permanecem sob observação médica — tanto física quanto emocional. “É difícil colocar em palavras o que essas pessoas viveram lá no alto”, disse uma das enfermeiras do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. “Chegaram cobertos de fuligem, alguns gritando, outros em completo silêncio.

O trauma vai além das queimaduras.”

O impacto da tragédia abalou profundamente a região. Em respeito às vítimas, o governo de Santa Catarina decretou três dias de luto oficial. Prefeitos, moradores, empresários do setor turístico — todos se viram de luto por um desastre que virou símbolo de dor e reflexão.

As autoridades agora concentram esforços para entender como, em uma atividade com rígidos protocolos de segurança, algo tão grave pôde acontecer. A principal linha de investigação gira em torno de falha no manuseio ou no posicionamento do botijão extra de gás. Especialistas consultados apontam que o armazenamento incorreto desse tipo de equipamento em voos de balão pode provocar justamente os riscos que se concretizaram.

O piloto, que sobreviveu ao acidente, será peça-chave no processo investigativo. Em estado de forte abalo emocional, ele ainda não prestou depoimento oficial. A empresa responsável pelo voo já teve as atividades suspensas preventivamente, enquanto a Polícia Civil, em parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), realiza perícias nos destroços.

O que se sabe até agora ainda é fragmentado. Mas o que se sente — esse sim é incontestável. A tragédia de Praia Grande não será facilmente esquecida. Ela entra para o triste rol de acidentes aéreos que mudam o olhar sobre um destino turístico e colocam em xeque a confiança do público em atividades de risco.

Na cidade, ainda paira no ar o som dos helicópteros, o cheiro de fumaça e o silêncio respeitoso de quem viu a alegria se transformar em luto em questão de minutos. Moradores relatam que nunca imaginaram que algo assim pudesse acontecer ali, onde o céu sempre foi motivo de orgulho.

Agora, é também um símbolo de saudade e de um luto coletivo difícil de curar.

A pergunta que ecoa desde então — como isso pôde acontecer? — ainda não tem resposta definitiva. Mas uma coisa é certa: o céu de Praia Grande, que já foi cenário de sonhos, agora carrega uma cicatriz.

E enquanto as investigações continuam, a esperança é que a tragédia sirva de alerta, para que o mesmo céu jamais presencie tamanha dor outra vez.

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