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MEU DEUS: Comunicamos a M0RTE da querida Juliana Prado, ela n… Ver mais

No que deveria ser uma celebração de amor, o destino escreveu uma história marcada por dor, surpresa e questionamentos ainda sem respostas. A manhã de domingo (15) começou como qualquer outra na pequena cidade de Capela do Alto, interior de São Paulo. Mas o céu, palco de sonhos e aventuras, tornou-se cenário de uma tragédia que abalou duas famílias, amigos e uma cidade inteira.

Juliana Alves Prado Pereira, de apenas 27 anos, psicóloga, apaixonada pela vida, pelas pessoas e pelos próprios sonhos, embarcou em um balão ao lado do marido, Leandro de Aquino Pereira. O casal, recém-casado — haviam oficializado a união em setembro de 2024 — escolheu o passeio como uma forma especial de celebrar o primeiro Dia dos Namorados após o casamento.

Eles buscavam, nas alturas, uma experiência única. O que encontraram, no entanto, foi o fim abrupto de uma história de amor ainda no início.

O Silêncio Antes da Queda

Pouco se sabia sobre o que exatamente aconteceu nas alturas naquela manhã.

Testemunhas relataram ter ouvido um barulho incomum, seguido por gritos e um silêncio assustador. Em poucos minutos, o balão que levava o casal despencou. O impacto foi fatal para Juliana, e o acidente deixou marcas não apenas no solo, mas em todos os que acompanharam a tragédia.

O corpo da jovem foi resgatado e encaminhado ao Instituto Médico Legal de Itapetininga (SP).

De lá, na manhã de segunda-feira (16), foi liberado para ser levado até Pouso Alegre (MG), cidade natal de Juliana, onde familiares, amigos e conhecidos aguardavam, sem conseguir conter a comoção. O corpo chegou por volta das 16h, e o silêncio no velório dizia mais que qualquer palavra.

“Ela era cheia de vida, uma menina inteligente, amorosa. A psicologia era sua paixão.

Estava sempre rodeada de gente, de risadas, de planos. Ia muito na minha casa. Era como uma filha para mim”, contou Roseli do Prado Silva, tia de Juliana, com a voz embargada.

Um Pai Que Não Sabia

A dor da perda ganhou contornos ainda mais trágicos quando detalhes da chegada da notícia à família vieram à tona. O pai de Juliana, ao ser informado que algo havia acontecido com a filha, pegou a estrada em direção ao local do acidente sem saber exatamente o que o aguardava.

“Ele achava que era um acidente de carro. Quando chegou lá, recebeu a notícia da pior forma possível.

Foi ele quem reconheceu o corpo. Uma dor que não tem nome, não tem como descrever”, disse Roseli.

O Piloto e a Investigação

Enquanto a família de Juliana mergulha no luto, autoridades tentam entender como o acidente ocorreu. O piloto do balão foi detido e autuado por atividade irregular de balonismo. As primeiras investigações apontam que a empresa responsável pelo passeio não possuía a autorização necessária para operar voos comerciais.

A Polícia Civil já ouviu testemunhas, e o inquérito avança para apurar se houve negligência, imprudência ou imperícia. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também foi acionada para auxiliar nas investigações.

“A prática do balonismo exige rigor técnico, segurança e licenciamento adequado. Vamos apurar todas as condições do voo, desde a manutenção do equipamento até a habilitação do piloto”, afirmou um dos investigadores do caso.

Um Adeus Interrompido

O sepultamento de Juliana ocorreu na manhã desta terça-feira (17), no Cemitério Municipal de Pouso Alegre, cercado por homenagens comoventes.

Entre flores e lágrimas, uma cidade inteira parou para se despedir da jovem que se tornou símbolo de uma dor que ninguém esperava viver tão cedo.

Leandro, o marido, permanece abalado. Pouco falou desde o ocorrido. Amigos relatam que ele está em estado de choque e cercado por familiares. O amor que o casal compartilhava era visível para todos ao redor. Agora, resta-lhe lidar com um luto que nenhum homem deveria enfrentar tão jovem.

Sonhos que o Céu Levou

A tragédia expõe, mais uma vez, a fragilidade dos sonhos diante do imprevisível. Um passeio romântico, planejado com carinho e expectativa, terminou em luto e dúvidas.

Quantos outros voos são realizados fora dos padrões legais, colocando vidas em risco? Quantas histórias como a de Juliana ainda poderão ser evitadas?

Por ora, resta à família a dor e a saudade. Aos investigadores, a missão de encontrar respostas. E à sociedade, a responsabilidade de cobrar mais segurança para que o céu volte a ser símbolo de liberdade — e não de tragédia.

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