QUE TRÁGEDIA: Ao ir ao velório da mãe, irmãos perdem a vida após s… Ver mais
Na escuridão de uma manhã como tantas outras, a BR-135, em Bocaiuva (MG), tornou-se palco de um drama que abalou profundamente a cidade de Pedras de Maria da Cruz, no Norte de Minas. Uma colisão violenta entre um carro de passeio, uma carreta e um caminhão de manutenção tirou a vida de dois irmãos que faziam uma viagem comovente: eles seguiam para o velório da própria mãe.
A história de Celma Lopes dos Reis e Isac Lopes dos Reis, ambos com 39 anos, ganhou contornos tão trágicos quanto surreais. Saíram do estado de São Paulo em direção à cidade natal para se despedirem da mulher que os pôs no mundo — mas o destino, cruel e impiedoso, tinha outros planos.
A viagem que virou pesadelo
O acidente aconteceu na última terça-feira e mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros, do SAMU e da concessionária Ecovias Norte Minas. O carro em que estavam os irmãos transportava outros três ocupantes — duas mulheres e um homem — que sobreviveram, mas foram levados em estado grave ao hospital de Bocaiuva.
De acordo com informações preliminares, o veículo trafegava no sentido Bocaiuva/Montes Claros quando colidiu de frente com uma carreta carregada de calcário. O impacto foi brutal. O carro girou descontroladamente e, segundos depois, bateu violentamente contra um caminhão estacionado, que prestava serviços de manutenção na rodovia.
O cenário que se formou foi desolador. Pedaços de ferro retorcido, óleo espalhado pelo asfalto, gritos de socorro e sirenes cortando o silêncio da rodovia foram o prelúdio de uma dor que viria a ser ainda mais profunda.
Celma e Isac: unidos pela vida, separados pela tragédia
Celma foi a primeira a receber atendimento.
Seu estado era gravíssimo. Ainda no local, foi intubada pelos socorristas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois de dar entrada no hospital.
Isac, por sua vez, sofreu lesões abdominais severas. Lutou pela vida em uma cirurgia de emergência, mas também teve o destino selado poucas horas depois.
Os corpos dos irmãos foram sepultados em datas diferentes — Celma, na quarta-feira (11), no cemitério de Barra do Buriti; Isac, na quinta-feira (12). Em um gesto de respeito e luto coletivo, a Prefeitura de Pedras de Maria da Cruz decretou três dias de pesar oficial.
Dor em dobro, silêncio coletivo
O que mais choca nesse episódio não é apenas a fatalidade do acidente, mas a ironia cruel do momento em que ele ocorreu. A dupla perda ocorreu quando os irmãos tentavam justamente cumprir um último dever de amor: enterrar a própria mãe. Era para ser uma viagem de despedida, mas terminou como tragédia que ampliou a dor de uma família já dilacerada.
