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Morre a querida Franciele aos 27 anos de idade, ela era filha do Da… Ver mais

Uma cidade perplexa, uma vida interrompida e um cruzamento que se tornou cenário de dor

Era o fim de mais uma sexta-feira em Cascavel, no oeste do Paraná. O relógio se aproximava das 17h quando, em um cruzamento aparentemente comum, o destino de uma jovem foi brutalmente selado em segundos.

Franciele Alves, de apenas 27 anos, seguia de moto pela Rua Vitória. O capacete, a jaqueta, a rotina – tudo indicava mais um trajeto cotidiano. Mas, ao alcançar a interseção com a Rua Souza Naves, o inesperado aconteceu: uma caminhonete surgiu à sua frente, violando a preferencial e cruzando sua trajetória com uma violência implacável.

A batida foi devastadora.

Imagens de uma câmera de segurança, agora sob análise das autoridades, captaram cada momento da colisão. Por respeito à família, o vídeo teve a exibição interrompida antes do impacto. Mas os segundos que antecedem a tragédia são suficientes para revelar o drama: Franciele tenta frear, mas não há tempo.

A caminhonete, conduzida por um idoso de 76 anos, a atinge em cheio.

Com a força do choque, Franciele é arremessada vários metros adiante. A motocicleta, destruída, desliza pelo asfalto. O silêncio posterior é rompido apenas pela chegada das sirenes — uma corrida contra o tempo que, infelizmente, terminou em luto.

A equipe do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) tentou reanimá-la ainda no local. Técnicas de ressuscitação, adrenalina, tudo foi tentado. Mas os ferimentos eram extensos, e a jovem não resistiu.

Quem era Franciele?

Franciele Alves não era apenas mais uma estatística.

Jovem, sonhadora, segundo relatos de amigos, ela era conhecida pelo sorriso fácil e por sua paixão pela liberdade que só uma moto podia oferecer. Trabalhadora, moradora da vizinha Santa Tereza do Oeste, ela fazia aquele trajeto com frequência. Um caminho que conhecia bem. Um caminho que, ironicamente, foi o último.

Nas redes sociais, mensagens de despedida inundaram os perfis. “Você sempre será luz”, escreveu uma amiga. “Difícil acreditar”, comentou outro. A dor, ali, é palpável.

O motorista e as lacunas da investigação

O condutor da caminhonete, cujo nome permanece em sigilo, saiu ileso. Segundo informações da Polícia Militar, ele passou pelo teste do bafômetro, que deu negativo para álcool.

A documentação do veículo e do motorista estava regular. Ainda assim, uma questão ecoa entre os moradores: e a responsabilidade pela morte de Franciele?

A PM não confirmou se foram aplicadas autuações ou se o caso será tratado como homicídio culposo — quando não há intenção de matar, mas existe negligência ou imprudência.

Para a população, porém, o clamor por justiça é crescente.

Especialistas em trânsito consultados pela reportagem apontam que, mesmo sem ingestão de álcool, a idade avançada pode influenciar no tempo de reação e na capacidade de julgamento ao volante. “A investigação precisa considerar todos os fatores.

Inclusive se houve erro humano que poderia ter sido evitado”, afirmou um perito da área.

Um cruzamento marcado por acidentes?

Moradores da região relatam que aquele cruzamento já foi palco de outros incidentes. A sinalização, embora presente, muitas vezes é desrespeitada. “A gente escuta freada ali direto.

Infelizmente, agora custou uma vida”, conta um comerciante local.

A Prefeitura de Cascavel ainda não se pronunciou oficialmente sobre medidas para reforçar a segurança no local. Mas depois dessa tragédia, é inevitável que se cobre uma resposta.

O adeus

Franciele está sendo velada na capela municipal de Santa Tereza do Oeste, onde amigos, familiares e até desconhecidos se reúnem em silêncio, buscando algum consolo para uma perda tão repentina.

O sepultamento está marcado para o fim da tarde deste sábado (31).

Um dia antes, ela fazia planos para o fim de semana. Agora, a cidade faz silêncio para ouvir o choro dos que ficaram.

Um luto que clama por respostas

Enquanto o corpo de Franciele desce à sepultura, uma pergunta paira no ar:

como evitar que mais vidas sejam perdidas por descuidos no trânsito? Em cada cruzamento, em cada volante, repousa a responsabilidade de manter vidas inteiras em segurança.

Franciele não teve essa chance. Mas talvez, com justiça e mudanças, sua morte não seja em vão.

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