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Mãe e bebê de 1 ano são m0rt0s a f4cad4s, tudo porque n… Ver mais

Uma ligação, um adeus silencioso e um crime que interrompeu duas vidas — a de uma mãe e sua bebê. O que levou ao fim brutal da pequena Hillary Janiele e de sua mãe na madrugada de domingo (25)? A dor de um pai se transforma em clamor nacional por justiça.

Por trás das manchetes frias que estampam mais um feminicídio e infanticídio em território brasileiro, esconde-se um grito abafado de desespero que vem de Minas Gerais.

Janiel da Silva Raimundo, pai de Hillary Janiele Vicente da Silva, de apenas 1 ano, tenta encontrar sentido em meio à escuridão que tomou sua vida. Sua filha, junto com a mãe, foi assassinada a facadas dentro da própria casa em Maceió, Alagoas — um local onde deveria haver segurança, acolhimento e paz.

O crime aconteceu na calada da madrugada, como se a noite quisesse engolir em silêncio mais duas vítimas da violência que insiste em se perpetuar dentro dos lares brasileiros.

O suspeito, já detido, teria invadido a residência e cometido os homicídios de forma brutal. O cenário encontrado pelas autoridades é descrito como devastador.

Um adeus antecipado?

O que mais assombra o pai, além da perda irreparável, é o pressentimento que ficou após a última videochamada com Hillary. “Ela parecia se despedir. Eu não sabia que aquele seria nosso último contato”, relatou Janiel, com a voz embargada, em entrevista. O momento ficou gravado em sua mente como um aviso silencioso, uma memória que agora se mistura à culpa e ao desespero.

Desde o ocorrido, Janiel não consegue dormir. Ele revela que está sob medicação para conter a ansiedade e a angústia crescente. “Não sei como seguir. Perdi minha princesa, minha filha mais nova. Era só uma criança, uma bebê… Que tipo de ser humano faz isso com uma inocente?”

Um luto que paralisa

Impedido emocionalmente de viajar até Maceió para o velório da filha, o pai vive um luto à distância — um luto que não dá trégua.

Ele relembra também outras perdas recentes: a mãe e um irmão. Mas afirma, com o peso de quem teve o coração dilacerado, que esta é a mais difícil de todas.

“Não existe dor maior do que enterrar um filho.

E eu nem consegui me despedir dela direito. Estou anestesiado. Paralisado”, desabafa.

Um país marcado pela violência

A tragédia que levou Hillary e sua mãe se soma a uma triste estatística: o Brasil segue sendo um dos países com maior número de feminicídios e violência contra crianças no mundo. Mas, ao contrário de tantos casos que passam despercebidos, este tem provocado uma comoção crescente nas redes sociais e em diversos setores da sociedade.

O assassinato de Hillary e sua mãe levanta mais uma vez uma pergunta incômoda: até quando? Até quando crianças serão vítimas colaterais de uma violência que começa com o silêncio, cresce com a omissão e explode em tragédias como essa?

Justiça como resposta — e esperança

O clamor do pai não é apenas por consolo. É por justiça. Janiel exige celeridade no processo contra o suspeito, para que ele pague pelo que fez.

Mas sua fala vai além da dor pessoal. Ele quer que a tragédia da sua filha não seja esquecida, que sirva de alerta, de ponto de partida para mudanças.

“Peço que esse monstro seja condenado. Que o nome da minha filha não seja apagado.

Ela era só uma bebê. Não teve nem chance de viver.”

O crime reacende o debate sobre a urgência de políticas públicas de proteção a mulheres e crianças, especialmente em contextos de risco doméstico. Especialistas defendem a ampliação de redes de apoio, canais de denúncia e monitoramento de agressores reincidentes. O caso também mostra a necessidade de uma atuação mais preventiva, antes que o ciclo da violência atinja o ponto sem volta.

A memória de Hillary

A história de Hillary Janiele não pode terminar em silêncio. Que sua memória inspire transformação, vigilância e empatia. Que sua curta vida não seja reduzida a uma estatística entre tantas.

Na voz tremida de um pai destruído, ecoa o desejo de que sua filha seja lembrada — não apenas como vítima, mas como símbolo de uma urgência que o país não pode mais ignorar.

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