Pais de adolescente que morreu em Rio Bonito do Iguaçu fazem relato doloroso sobre última mensagem

O coração de Mari e Roberto Kwapis ficou em silêncio desde o momento em que souberam que a filha, Júlia, de apenas 14 anos, não voltaria mais para casa. “Eu não sei como vou superar essa dor”, disse a mãe, entre lágrimas, ao relembrar o instante em que recebeu a notícia.
A adolescente estava na casa de uma amiga quando o tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu (PR) passou pela região com ventos de até 250 km/h. Em poucos segundos, o céu escureceu, as telhas voaram e uma família perdeu o que tinha de mais precioso.
Júlia sonhava com o dia seguinte. Seria o dia de sua Crisma, uma celebração religiosa que ela aguardava com entusiasmo. A última mensagem enviada ao pai, por volta das 16h45 de sexta, dia 7 de novembro, foi simples e cheia de expectativa: ela perguntava se haveria um churrasco para comemorar.
“A madrinha perguntou se a gente vai querer fazer churrasco amanhã…”, dizia o áudio, hoje guardado como um tesouro pela família. Horas depois, o que seria uma noite comum se transformou em um capítulo de despedida. Veja vídeo:
Quando o tornado atingiu a cidade, Júlia foi arrastada pela força do vento e resgatada em estado grave. Ela foi levada para o Hospital São José, em Laranjeiras do Sul, a cerca de 18 quilômetros, mas não resistiu.
A família passou a madrugada sem notícias, até que, na manhã seguinte, recebeu a confirmação que jamais gostaria de ouvir. “Era uma filha carinhosa, alegre, muito querida por todos”, contou o pai, Roberto, com a voz embargada. Veja trecho de outra entrevista:
O tornado, classificado como EF3, deixou seis mortos e centenas de feridos, além de destruir cerca de 90% da cidade, segundo a Defesa Civil. Em meio a tanta devastação, a história de Júlia se tornou símbolo da vulnerabilidade e da força humana diante da natureza.
Hoje, entre destroços e lembranças, Mari ainda encontra conforto nas palavras que ficaram gravadas no celular, a última voz da filha que sonhava com um simples churrasco, celebrando a vida.
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