Mãe ligava para o filho no exato momento que ele foi morto: ‘Escutei os tiros pelo telefone’

Ouvir o som dos tiros que tiram a vida de um filho é uma dor que não cabe em palavras. Nenhum coração de mãe está preparado para transformar uma ligação de cuidado em um eco de despedida.
Foi o que viveu Adelaine Silva Figueiredo, que, ao tentar convencer o filho a voltar para casa, acabou presenciando, pelo telefone, o instante em que a vida dele foi interrompida.
Victor Hugo Silva Figueiredo tinha apenas 21 anos e era descrito pela família como um jovem trabalhador e honesto. Ele morava em Montes Claros (MG), e no domingo (26), decidiu participar de um churrasco com amigos na casa da namorada, no bairro Alto da Boa Vista.
Prometeu à mãe que voltaria no meio da tarde, mas, ao anoitecer, Adelaine começou a se preocupar e ligou para o celular dele. Do outro lado da linha, quem atendeu foi a namorada. Poucos segundos depois, Victor se aproximou do portão para ver quem batia, e foi recebido com disparos.
“Eu escutei os tiros pelo telefone. Ela gritava o nome dele, pedindo socorro, e eu já sabia o que tinha acontecido”, contou a mãe, com a voz marcada pela lembrança.
De acordo com a Polícia Militar, o jovem foi atingido nas costas, no abdômen e no antebraço. Ele ainda tentou correr para dentro da casa, mas não resistiu.
Outras quatro pessoas ficaram feridas, sendo três mulheres e um rapaz, atingidos por estilhaços e projéteis. A perícia encontrou sete cápsulas de munição e dois fragmentos no local.
Victor trabalhava em dois empregos e sonhava em construir a própria casa. O sepultamento foi marcado para a manhã de terça, dia 28 de outubro, no cemitério Jardim da Esperança.
Enquanto a polícia busca o autor dos disparos, uma mãe tenta aprender a viver com o silêncio deixado por aquela ligação um silêncio que nenhuma despedida deveria ter.
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