Avó dá bolo envenenado para sua netas após se negar a fazer s…Ver mais

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito instaurado para investigar a morte de Alana dos Santos Cardoso Marques, de apenas 9 anos, e a tentativa de homicídio contra a irmã dela, de 11 anos, em São Francisco, região Norte do estado. O caso, que comoveu a comunidade local pela brutalidade e pelo fato de envolver um membro da própria família, teve desfecho inicial com o indiciamento e a prisão preventiva da avó das meninas, de 59 anos.
A informação foi divulgada oficialmente na última sexta-feira, 26 de setembro.
O crime ocorreu no dia 23 de julho, quando as crianças estavam sob os cuidados da avó. De acordo com as investigações, a mulher teria preparado um bolo, consumido posteriormente pelas netas.
Pouco tempo após a ingestão, Alana começou a apresentar fortes sintomas de intoxicação, incluindo dores abdominais intensas e episódios de náusea. Desesperada, a criança foi levada às pressas por um vizinho ao Hospital Dr. Brício de Castro Dourado. Conforme o relatório médico, a menina chegou em estado gravíssimo, sem pulso e já com claros sinais de envenenamento.
Apesar das tentativas de reanimação, não resistiu e teve a morte confirmada ainda na unidade de saúde.
As suspeitas sobre a avó ganharam força no decorrer das investigações. Testemunhas relataram que a mulher demorou cerca de 50 minutos para acionar ajuda médica, mesmo após perceber que a neta apresentava sintomas graves.
Essa omissão foi considerada um agravante no inquérito. A prisão preventiva da suspeita foi decretada no dia 19 de setembro, sob a justificativa de garantir a continuidade das apurações e evitar qualquer tipo de interferência no processo.
Os laudos periciais se tornaram peças fundamentais para o avanço do caso.
Exames realizados no bolo consumido pelas meninas confirmaram a presença de terbufós, substância altamente tóxica, geralmente utilizada na fabricação clandestina de venenos conhecidos popularmente como “chumbinho”. O mesmo produto foi encontrado no organismo de Alana, evidenciando que a causa da morte foi, de fato, o envenenamento.
A irmã mais velha também ingeriu o alimento contaminado, mas em menor quantidade. Ela apresentou apenas sintomas leves, como dores estomacais e mal-estar, e conseguiu sobreviver após receber atendimento médico imediato. O episódio reforçou a gravidade da situação e deixou a comunidade em choque, já que as duas crianças eram consideradas próximas da avó.
Em entrevista, o delegado William Araújo, responsável pelas investigações, destacou que todos os elementos colhidos indicam a participação direta da suspeita no envenenamento das netas. Segundo ele, a motivação do crime ainda permanece em aberto, mas não há dúvidas quanto à materialidade e autoria do delito.
Com a conclusão do inquérito, a avó foi formalmente indiciada por homicídio qualificado — consumado no caso de Alana e tentado em relação à irmã sobrevivente — conforme o artigo 121 do Código Penal. A documentação já foi encaminhada ao Poder Judiciário, que agora deve analisar o caso e decidir os próximos passos do processo criminal.
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