As investigações sobre o desaparecimento de quatro homens em Icaraíma, cidade localizada na região noroeste do Paraná, avançaram de maneira significativa nesta sexta-feira (12), quando a Polícia Civil confirmou a localização do veículo utilizado pelas vítimas.
O carro, um Fiat Toro, foi encontrado enterrado em uma área de mata a cerca de oito quilômetros do pesqueiro onde o grupo teria ido cobrar uma dívida estimada em R$ 250 mil.
O automóvel estava escondido em um bunker improvisado, totalmente envolto em plástico, numa tentativa de dificultar a ação de cães farejadores e retardar a descoberta.
Segundo os investigadores, o método utilizado para ocultar o veículo indica planejamento minucioso, reforçando a hipótese de que o desaparecimento foi resultado de uma emboscada cuidadosamente organizada.
O delegado Thiago Andrade Inácio, responsável pelo caso, declarou que existe a suspeita de que os corpos de Alencar Gonçalves de Souza, Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso possam estar dentro do automóvel.
No entanto, até o momento, não há confirmação oficial. Máquinas foram deslocadas para o local a fim de auxiliar na remoção do carro, encontrado por equipes da Polícia Ambiental de Umuarama durante buscas intensivas.
A operação foi acompanhada pela advogada Josiane Monteiro, representante legal das famílias dos desaparecidos.
Ela reforçou a possibilidade de que os corpos estejam no interior do veículo e destacou a angústia dos parentes, que há mais de um mês aguardam respostas concretas sobre o paradeiro dos quatro homens.
O caso tem mobilizado a cidade de Icaraíma e a região, chamando a atenção pela brutalidade e pelo mistério em torno do sumiço.
De acordo com as apurações da Polícia Civil, o grupo havia saído de São Paulo com destino ao Paraná no início de agosto, com o objetivo de cobrar uma dívida relacionada à negociação de uma propriedade rural. O encontro com o suposto devedor aconteceu no dia 5, e a partir desse momento não houve mais qualquer contato.
As linhas investigativas apontam para uma armadilha preparada com antecedência. Dois suspeitos já foram identificados: Antônio Buscariollo e seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo. Ambos prestaram depoimento ainda no início das investigações e negaram envolvimento direto com a dívida ou com o desaparecimento.
No entanto, diante das evidências reunidas, a Justiça expediu mandados de prisão temporária contra os dois, que atualmente estão foragidos.
A descoberta do Fiat Toro enterrado representa um ponto crucial no inquérito, fornecendo indícios sólidos de ocultação de provas e possível destruição de vestígios.
Apesar disso, as autoridades enfatizam que somente após a retirada completa do veículo e a realização da perícia será possível confirmar a presença ou ausência das vítimas em seu interior.
Enquanto isso, familiares e moradores da região acompanham com apreensão cada nova atualização do caso.
A expectativa é que a perícia forneça respostas definitivas e aponte os próximos passos da investigação, que se tornou uma das mais complexas e comentadas do Paraná nos últimos meses.
