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Pai tenta proteger a filha do ex-marido e os dois acabam sendo dec… Ver mais

O Dia dos Pais, data marcada por reencontros e celebrações, terminou em luto e revolta na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre. No último domingo (10), pai e filha foram mortos a tiros pelo ex-companheiro da mulher, em um episódio que deixou a comunidade estarrecida e reforçou o alerta sobre a escalada da violência doméstica no país.

A vítima, Sheila Lopes da Silva, 41 anos, havia ido visitar o pai, Rogério Santos da Silva, para comemorar a data. A reunião familiar, que deveria ser de alegria, se transformou em cena de horror poucos minutos após sua chegada.

O ex-marido, com quem Sheila foi casada por mais de 20 anos e de quem se separara havia seis meses, morava na casa vizinha.

Ao encontrá-la, iniciou um diálogo que rapidamente tomou rumo agressivo. Sem aviso, sacou uma arma e atirou contra a cabeça de Sheila.

Rogério, testemunha do ataque, reagiu de forma instintiva. Empunhando um facão, correu na direção do agressor para proteger a filha. Mas não houve tempo para impedir o crime.

O homem disparou novamente, atingindo-o fatalmente. Rogério morreu ainda no local, caindo no quintal onde minutos antes havia recebido a filha para a comemoração.

Sheila chegou a ser socorrida e levada ao Hospital de Pronto Socorro, mas não resistiu aos ferimentos. Um morador que passava pela rua, ao perceber a cena, tentou conter o atirador.

Também foi baleado e, segundo boletim médico, segue internado em estado gravíssimo.

O autor dos disparos, que trabalha como segurança, voltou a arma contra si numa tentativa de suicídio. Sobreviveu e está hospitalizado sob custódia policial. A perícia recolheu três armas de fogo em posse dele: uma pistola calibre .

380, um revólver calibre .38 e uma espingarda tipo puma.

A Polícia Civil registrou o caso como feminicídio seguido de homicídio. Sheila não possuía medida protetiva contra o agressor, o que levanta questionamentos sobre o alcance e a eficácia das ações preventivas disponíveis para vítimas de violência doméstica.

O crime, cometido justamente em um dia que simboliza união familiar, teve impacto profundo na comunidade. Moradores descrevem Rogério como um homem simples, trabalhador e dedicado à família. Sheila, segundo vizinhos, era conhecida por seu sorriso e por manter bom relacionamento com todos na região.

Autoridades e especialistas reforçam que a tragédia é mais um alerta sobre a necessidade urgente de políticas públicas mais robustas e mecanismos eficientes de proteção a mulheres em situação de risco. Denúncias, acompanhamento psicológico e intervenção rápida poderiam, em muitos casos, evitar desfechos fatais.

Na Ilha Grande dos Marinheiros, o silêncio tomou o lugar das conversas e risadas que costumavam marcar o Dia dos Pais. Dois caixões e uma família destruída resumem a brutalidade de uma violência que, apesar de previsível em seu padrão, ainda encontra brechas para agir. A pergunta que ecoa é a mesma que acompanha tantas outras histórias: até quando?

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