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Após m0rte do marido, esposa diz o que fez com o corpo; Eu c…Ver mais

Existem desejos que fogem ao padrão e só podem ser realizados após a morte. Enquanto a maior parte das pessoas ainda opta pelo sepultamento tradicional ou pela cremação, alguns escolhem deixar uma marca diferente, transformando o próprio corpo em instrumento de aprendizado e contribuição social.

Foi essa a decisão de Ersio Miranda, advogado de 72 anos, cujo último pedido emocionou familiares e trouxe à tona reflexões profundas sobre generosidade, altruísmo e legado.

Natural do Paraná, Ersio construiu uma carreira sólida no Direito, atuando durante décadas como advogado respeitado.

Apesar de nunca ter seguido a área da saúde, foi justamente em um contato com ela que encontrou inspiração para seu gesto final. Em meados de 2019, ao assistir a uma aula de medicina legal, percebeu o impacto que a doação de corpos pode causar na formação de médicos, enfermeiros e outros profissionais.

A experiência despertou nele a convicção de que poderia, mesmo após a morte, continuar contribuindo para o bem comum.

Em 2020, determinado a garantir que sua vontade fosse respeitada, ele formalizou em cartório o desejo de doar seu corpo à Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma das instituições de ensino mais tradicionais do país.

A decisão foi compartilhada com familiares, em especial com sua esposa, a professora Elisabete Maria Miranda, de 68 anos. Desde então, ela passou a ser não apenas confidente, mas também guardiã dessa promessa.

O último pedido de Ersio tornou-se realidade dois meses após sua morte, em junho deste ano.

Diagnosticado com câncer de próstata em estágio avançado, que acabou se espalhando para os ossos, ele enfrentou longos meses de tratamento. Ainda assim, jamais desistiu da ideia. Ao contrário, reforçava constantemente à esposa e aos filhos que aquele seria seu maior ato de utilidade.

Em momentos difíceis, dizia a Elisabete que o gesto lhe trazia serenidade, pois acreditava estar seguindo o caminho certo.

Cumprir a promessa não foi fácil. O traslado do corpo precisou ser feito de Mogi das Cruzes, em São Paulo, até Curitiba, no Paraná. A UFPR arcou com todos os custos logísticos, mas o retorno para casa sem o marido foi, segundo Elisabete, a parte mais dolorosa.

Ela descreveu o momento como uma “dupla viagem”: a da alma de Ersio, que acreditava seguir para o céu, e a do corpo, entregue à ciência para servir como ferramenta de aprendizado.

Apesar da dor da despedida, Elisabete afirma que sente conforto por ter cumprido a última vontade do marido.

Hoje, ela compartilha sua experiência com amigos, colegas e até desconhecidos, incentivando outras famílias a refletirem sobre a doação de corpos. Para ela, trata-se não apenas de um gesto de amor, mas de uma contribuição consciente para a sociedade.

Ao transformar sua morte em oportunidade de aprendizado, Ersio Miranda deixou muito mais do que memórias. Ele deixou um exemplo de como é possível ser útil até o fim — e além dele.

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