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Mulher m0rre de forma assust4d0ra, ass4ssino seria seu próprio… Ler mais

A tranquilidade da manhã de segunda-feira em Florianópolis foi brutalmente interrompida por uma tragédia que comoveu moradores e expôs, mais uma vez, a face cruel da violência contra mulheres no país. Suzana Perez Valério, de 47 anos, foi encontrada morta dentro de casa por volta das 11h.

O principal suspeito é o companheiro dela, um homem de 30 anos, natural do Rio Grande do Sul, que fugiu logo após o crime e até agora não foi localizado pelas autoridades. O caso gerou forte indignação na capital catarinense e reacendeu debates sobre a escalada de feminicídios no Brasil.

Suzana, natural de Pelotas (RS) e formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), vivia há alguns anos em Santa Catarina e mantinha um relacionamento com o suspeito havia cerca de um ano. Pessoas próximas relatam que, apesar de não haver registros recentes de brigas públicas, a relação já despertava preocupações.

Nas redes sociais, a vítima era descrita como alegre, querida e de presença marcante, características lembradas em inúmeras mensagens de pesar que se multiplicaram assim que a morte foi confirmada. Para familiares e amigos, a perda foi descrita como “inexplicável e irreparável”.

O crime ganha contornos ainda mais revoltantes diante do histórico do suspeito. Informações da Polícia Militar indicam que ele havia deixado a Penitenciária de Florianópolis há apenas três meses. A ficha criminal inclui registros por violência doméstica, além de passagens pela polícia em função de agressões contra mulheres.

Ainda assim, obteve liberdade, o que levanta questionamentos sobre falhas do sistema de justiça e do monitoramento de reincidentes. O caso de Suzana reforça a preocupação de especialistas quanto à reincidência em crimes desse tipo e à insuficiência de medidas de proteção.

Logo após o crime, equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil iniciaram uma operação de busca pelo suspeito, concentrando esforços em regiões próximas à capital catarinense.

Diligências foram intensificadas, com apoio de unidades especializadas, mas até o momento não houve êxito. A fuga acentua a sensação de insegurança e traz à tona a fragilidade das mulheres em contextos de violência doméstica. Para a população, a pergunta que ecoa é: até quando histórias como a de Suzana vão se repetir sem que políticas de prevenção tragam resultados concretos?

O cenário não é isolado. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, apenas em 2023, mais de quatro mulheres foram assassinadas por dia no país em situações ligadas a violência doméstica ou de gênero. O número assusta e escancara a urgência de medidas mais eficazes de proteção.

Embora o Brasil possua uma das legislações mais avançadas da América Latina — como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio —, especialistas apontam falhas na execução e, principalmente, na prevenção. Casos como o de Suzana mostram que não basta punir depois do crime: é necessário interromper ciclos de violência antes que eles cheguem ao ponto irreversível.

A comoção em Florianópolis também reacendeu discussões sobre a necessidade de maior integração entre políticas públicas de segurança, justiça e assistência social. Organizações que atuam no enfrentamento à violência contra a mulher defendem a ampliação de abrigos, canais de denúncia acessíveis, programas de reeducação de agressores e acompanhamento psicológico para vítimas em situação de risco.

Segundo especialistas, essas medidas, quando aplicadas de forma estruturada, podem reduzir drasticamente os índices de reincidência. No entanto, em muitos municípios brasileiros, esses recursos ainda são insuficientes ou inexistentes.

O assassinato de Suzana não é apenas uma estatística a mais: é o retrato de uma realidade que exige respostas urgentes.

Sua morte se soma a tantas outras que, todos os dias, transformam lares em cenários de violência. Para além da busca por justiça, o caso impõe a necessidade de reflexão coletiva e mobilização social. Enquanto a sociedade não encarar a violência de gênero como um problema estrutural, novas histórias trágicas continuarão a ocupar as páginas policiais.

E cada uma delas, como a de Suzana, carrega não apenas a dor de familiares e amigos, mas também a responsabilidade de um país em combater, de forma mais firme e eficaz, a violência contra mulheres.

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