A cidade de Comodoro, no estado de Mato Grosso, amanheceu em silêncio nesta quarta-feira, marcada pelo luto e pela consternação de uma comunidade escolar inteira. A tragédia envolvendo a professora de língua portuguesa Ledy Barboza Vieira, de 50 anos, chocou alunos, colegas e moradores do município.
Ledy perdeu a vida na última terça-feira, 29 de julho, ao ser atropelada por uma carreta enquanto andava de bicicleta pelas ruas da cidade — um hábito que ela mantinha com frequência.
A fatalidade ocorreu em plena luz do dia e foi registrada por câmeras de segurança instaladas na região.
As imagens, que circulam entre autoridades e foram usadas para início da investigação, mostram a professora pedalando ao lado do veículo pesado. Em um momento de aparente tentativa de cruzar à frente da carreta, Ledy acaba sendo atingida. O impacto foi fatal. A cena é rápida, mas devastadora.
Moradores que presenciaram o acidente correram para tentar prestar socorro, mas nada pôde ser feito.
O motorista do caminhão parou imediatamente após o acidente e colaborou com as autoridades no local. Ainda não se sabe exatamente se houve falha humana, imprudência ou se a tragédia foi resultado de um acidente inevitável.
A Polícia Civil do Mato Grosso investiga o caso e, até o momento, não divulgou detalhes conclusivos. A perícia trabalha com cautela e respeito à dor da família, enquanto aguarda laudos técnicos e colhe depoimentos de testemunhas.
O falecimento de Ledy provocou uma comoção sem precedentes na cidade.
Professora dedicada, ela lecionava na Escola Estadual Cora Coralina, onde era conhecida por seu comprometimento com a educação e por manter uma relação de afeto e incentivo constante com seus alunos. Em nota oficial, a escola lamentou profundamente a perda e destacou o papel marcante de Ledy na formação de gerações de estudantes.
“É com imenso pesar que comunicamos o falecimento da nossa querida professora Ledy Barboza Vieira. Sua ausência deixa um vazio irreparável entre colegas, alunos e toda a comunidade escolar. Prestamos nossa solidariedade à família e amigos neste momento de dor”, dizia o comunicado.
A repercussão da tragédia também se espalhou pelas redes sociais. Ex-alunos, amigos e familiares usaram os perfis para homenagear a professora, compartilhando memórias e mensagens de despedida. Frases como “perdemos mais que uma educadora, perdemos uma inspiração” e “a saudade será eterna, professora” ilustram o carinho e a admiração que ela cultivou ao longo de sua carreira.
Ledy Barboza Vieira era natural da região e fazia parte do cotidiano de Comodoro há décadas. Além de professora, era também uma ciclista amadora e encontrava na bicicleta uma forma de lazer e bem-estar. Praticar atividade física fazia parte da sua rotina, e era comum vê-la pedalando com um sorriso no rosto — imagem que agora ganha um significado ainda mais profundo para quem a conhecia.
Especialistas em segurança viária alertam que acidentes envolvendo ciclistas e veículos pesados têm se tornado uma preocupação crescente no Brasil. A falta de infraestrutura adequada, como ciclovias seguras e sinalização clara, contribui para tragédias como esta. No caso de Comodoro, moradores já reclamavam da convivência difícil entre ciclistas e o trânsito intenso de caminhões, especialmente nas vias mais estreitas do município.
A morte da professora Ledy reacende o debate sobre segurança no trânsito e o respeito à vida dos mais vulneráveis, como ciclistas e pedestres. Entidades ligadas à educação e movimentos locais estudam a possibilidade de realizar homenagens públicas e eventos que promovam conscientização, em nome da educadora que partiu de forma tão repentina.
Enquanto isso, a cidade segue enlutada. O velório foi marcado por muita emoção e contou com a presença de autoridades locais, professores, alunos e familiares. O sepultamento ocorreu sob forte comoção, em um cemitério local, onde palavras de despedida ecoaram em um clima de tristeza e reflexão.
Ledy Barboza Vieira deixa um legado de dedicação à educação e uma comunidade inteira impactada por sua ausência. Sua trajetória, interrompida de forma tão abrupta, agora se transforma em símbolo de luta por um trânsito mais humano e seguro.
A dor é profunda, mas a memória da professora seguirá viva — nas palavras que ensinou, nos livros que leu com seus alunos, e na bicicleta que se tornou símbolo de liberdade, mas que infelizmente marcou seu último passeio.
