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Tristeza e dor: Morre Andressa após descarga elétrica, a filha do nosso Se.. Ver mais

Na tarde de quinta-feira, 19 de junho, o silêncio bucólico do Sítio Liberata, no Agreste de Pernambuco, foi rompido por um acontecimento que ninguém poderia prever. A jovem Andressa Heloísa Alves de Araújo, de apenas 13 anos, saiu de casa com um propósito rotineiro: ajustar um mangote conectado a uma bomba d’água no açude próximo à sua residência. Era algo que muitos ali já haviam feito inúmeras vezes, sem imaginar qualquer perigo.

Mas o que realmente aconteceu naquele instante à beira d’água? Quais foram os minutos de silêncio entre o momento em que Andressa desapareceu da vista da família e o instante em que seu pai correu, tomado pela angústia, para procurá-la?

A Corrida Contra o Tempo

Segundo relatos de familiares e da Polícia Militar, a demora da adolescente para retornar acendeu o alerta no pai, que saiu em sua busca.

A caminhada de poucos metros até o açude rapidamente se transformou em um pesadelo. Andressa estava caída dentro da água. Ao se aproximar para ajudá-la, o homem sentiu uma descarga elétrica — um fio exposto, em contato com a água, transformara o açude em um campo de energia letal.

Tomado pelo desespero, ele conseguiu reunir forças para puxar o fio e cortar a corrente elétrica. Andressa ainda apresentava sinais vitais. Em um ato de desespero e esperança, ela foi carregada para casa com urgência, na tentativa de salvar sua vida.

Mas o destino, cruel e implacável, já havia traçado seu curso. Antes mesmo que a adolescente recebesse qualquer atendimento médico, seu corpo não resistiu.

A Dor de Uma Comunidade

A morte de Andressa não é apenas mais uma estatística. É a interrupção abrupta de uma vida cheia de sonhos. Era uma jovem com um futuro pela frente, amada pelos familiares e conhecida na comunidade rural por seu sorriso tímido e disposição em ajudar.

O caso rapidamente comoveu os moradores do Sítio Liberata e regiões próximas.

O açude, antes símbolo de subsistência e tranquilidade, agora é cenário de luto e reflexão.

O Que a Investigação Revela Até Agora

A Polícia Militar isolou imediatamente a área até a chegada do Instituto de Criminalística (IC).

Os primeiros levantamentos apontam para uma morte acidental, causada por uma falha elétrica no sistema da bomba d’água. O corpo de Andressa foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru, onde exames serão realizados para confirmar as circunstâncias da morte.

A Polícia Civil também entrou em ação para investigar os detalhes do caso. A intenção é entender se houve negligência, falha na instalação do equipamento ou outro fator externo que possa ter contribuído para a tragédia.

Em nota oficial enviada ao portal g1, o 9º Batalhão da PM expressou solidariedade à família e afirmou que todas as medidas cabíveis foram tomadas para garantir a apuração dos fatos.

Um Alerta Para o Perigo Invisível

Casos como o de Andressa Heloísa servem de alerta para a população rural e urbana. A presença de equipamentos elétricos em ambientes molhados ou expostos à natureza, como açudes e cisternas, exige cuidados redobrados.

Fios mal isolados, instalações improvisadas e falta de manutenção são riscos muitas vezes invisíveis — até que seja tarde demais.

Especialistas reforçam a importância da inspeção regular desses sistemas, bem como o uso de disjuntores diferenciais (DR), que interrompem a energia ao detectar vazamentos elétricos.

A Pergunta Que Fica: Isso Poderia Ter Sido Evitado?

Talvez essa seja a pergunta mais dolorosa para os pais, familiares e amigos de Andressa. Poderia. Com o equipamento certo, com a atenção de um técnico, com um olhar mais atento aos riscos invisíveis do cotidiano.

Mas para Andressa, infelizmente, o tempo não volta. O que resta agora é a dor e a lembrança — e a esperança de que sua história sirva de alerta, para que outras vidas não sejam ceifadas da mesma forma.

No fim, não foi o açude, nem a água, nem a tarde aparentemente tranquila que tiraram a vida da jovem. Foi o descaso comum com aquilo que não se vê: a eletricidade que corre, silenciosa, até que encontre um corpo para descarregar sua força.

E quando encontra… às vezes, é tarde demais.

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